24/12/2020
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24/12/2020

Sumi, hein? Nos últimos tempos andei bem sem vontade de escrever. Meu espírito esportivo deu uma esgotada e resolvi não forçar. E os acontecimentos também não colaboram nada, né… é a peste, o negacionismo, a sinofobia, os biomas queimando, a justiça machista, um estado sem luz, o dinheiro na cueca sujo de cocô, a continuidade do tucanato paulista, os assassinatos de crianças e adultos negros. Bom, claro que não basta virar das 23h59 de 2020 pra meia-noite de 2021 pras coisas magicamente melhorarem, mas existe um certo espírito de renovação no ar a cada fim de ano que injeta uma dose de frescor no pensamento, eu acho. É mais fácil parar pra ver a vida em perspectiva. Fora que o cerumano curte um simbolismo numérico bobo, mesmo – eu sou bem dessas 🤓⁠

Só acrescentaria um negocinho nesse cartaz maravilhoso que encontrei na vitrine de uma loja aqui perto de casa: uma vírgula entre as duas palavras. Por quê? Porque “2020” é um vocativo, e vocativos devem sempre vir separados por vírgula(s) do restante da frase! Assim como os substantivos, os adjetivos etc., os vocativos são uma classe de palavras – no caso, palavras que colocam em evidência a pessoa ou coisa a que nos dirigimos. Não sei por quê, mas hoje em dia essas vírgulas são quase sempre negligenciadas, pode reparar. Se fosse pra corrigir algumas frases da sabedoria popular brasileira de todos os tempos, ficaria assim:⁠

FORA, TEMER [ou insira aqui o nome que você quiser]⁠
Saudade de uma aglomeração, né, minha filha?⁠
Meça suas palavras, parça⁠
Levanta a cabeça, princesa, se não a coroa cai⁠
Já acabou, Jéssica?⁠
Juliana, você viu meu[s] óculos?⁠
Percebe, Ivair, a petulância do cavalo⁠
Cara, como você é burro!⁠
– Gata, seu nome é wi-fi? PORQUE SE FOR EU JÁ TÔ SENTINDO A CONEXÃO 📶 🤡⁠

Um feliz Natal pra você que ainda me lê! 🥂⁠